domingo, 13 de janeiro de 2008

Rajada

-Não preciso mais de sonhos. Passo bem sem eles. Cansei de ser bonzinho. Foda-se o mundo todo. Ninguém quer saber se estou bem ou mal. Ninguém gosta de ninguém. Hipócritas! Vou livrar o meu mundo de vocês. Serei só eu, eu me basto.
Terceira dimensão, quarta, quinto dos infernos, seja lá o que for, em breve estarei aí.
O veneno eu deixo para os ratos. A faca para os masoquistas. A altura de um décimo andar para os ricos, corja, que só sabe pular de prédios ou dar tiros no ouvido. Roleta Russa? Não sou criança.
Estou cheio de viver, mas com garra. A vida tem sido madrasta, que morra, safada. Deixe-me morrer com honra. Quero me sentir bem agonizando junto aos meus ideais.

Vestiu a sua farda de policial e dirigiu seu carro até a favela da Rocinha. Assim que chegou, desligou o motor, jogou sua arma no chão e seguiu a pé.

Nenhum comentário: