domingo, 24 de junho de 2007

Enquanto Fake











Eu sou fake. Talvez um ex fake, uma vez que hoje meu perfil possui uma foto minha. De burka, é claro, mas minha, com meus olhos.

Quando entrei no orkut não foi como fake. Meu perfil verdadeiro era mero enfeite.

As pessoas procuram um diferencial. A vida às vezes nos obriga a procurar uma fuga para os problemas. Não os corriqueiros, esses eu tiro de letra, mas os irremediáveis. Como dizia minha vó: Para combater a morte só vivendo plenamente a vida. E há coisa mais viva que um fake? Ele ousa, chora, ri, ama, goza... Tudo na plenitude, pois não pode ser cobrado. A fuga dos covardes? Não. O oásis dos que tem sêde, o abrigo dos que tem medo, o porto seguro dos que não tem chão ou a brincadeira dos que tem alegria.

Mas, por trás de um fake tem uma pessoa comum. Ela chora, ri, se emociona, caga, mija, arrota, transa, etc...Uma pessoa normal, sem ter o brilho dos famosos, sem ter a sedução dos personagens, a beleza da foto de seu perfil, uma pessoa sem o perigo dos fatais, que pensa e no fundo sabe que sua segurança é passageira. Porque os mistérios assustam, os mistérios incomodam, deixam relações inseguras, amores na corda bamba. Um mistério pode ser um nada, mas enquanto mistério é praga para quem vê, paixão para quem conhece e alento para quem vive.

Mas mistérios também morrem e às vezes até se matam.



Me

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