quinta-feira, 20 de março de 2008

O Descabaçador de Anjos


Sete horas da manhã.
_Acorda José... Não é possível! Acorda...
Maria encontra seu marido morto ao seu lado pela manhã. Depois de muito chororó, velório e o escambau...
_Se acalma filha. O melhor é resignar-se. Deus sabe o que faz.
_Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Maria cai desfalecida ao lado do caixão. José havia se sentado em meio às flores na mortalha. A debandada foi geral e o sogro, acudindo a filha, disse:
_Minha Nossa Senhora dos desencarnados! Leva essa criatura de uma vez.
Marcos, o médico da família que assistia a cena, maravilhado, disse:
_Calma seu Joaquim. Tragam álcool para reanimar Maria. José deve ter tido uma crise de catalepsia, raro, mas cientificamente correto.
_Onde estou? José parecia zonzo.
E Maria nunca mais conseguiu transar com o marido. Dizia ser terminantemente contra necrofilia.
_Mas eu que não sou canibal, passei anos comendo uma anta...
_Mas a piranha da Aninha bem que o senhor comia. Dizia a sogra, sobre uma pulada de cerca que o genro dera no início do casamento e que a velha não perdoava nunca.
_Parem. Chega de briga. Não dou pra defunto e pronto! Zé fini! The End! Dizia Maria.
E José vivia no atraso. Até que um dia...
_José esta demorando em chegar papai.
_Ora filha, deve ser o trânsito.
_Nada disso. Disse a sogra. Acabo de saber que o genro querido entrou no cemitério com a Aninha.
_Cemitério? Ora, aquele traidor! Vou dar o flagrante!
E lá foram. Maria na frente, Joaquim e dona Cida atrás.
_José! Onde está você canalha?
_Aqui Maria... José estava nu em pelo, em cima de Aninha no jazigo da família.
_Seu porco! Traidor! Disse a sogra.
_Cafajeste! Disse a esposa.
_Eu? Por quê?
_Ainda pergunta?
_Ora mulher! Se não posso comer da maneira dos vivos... Aninha estava com uma faca cravada no coração e José com o pênis ereto.
Os três pensaram em correr quando...
_Parados! José com um revólver nas mãos e o olhar fixo na mulher. _Deita vagabunda! Tira a roupa.
A Mulher não teve alternativa senão fazer o que o homem mandava, parecia enlouquecido.
_José! Pelo amor de Deus! Para com isso homem. Disse seu Joaquim.
_Quieto. Fez um sinal e de trás do túmulo surgiu o coveiro, homem corcunda, barbudo e de olhar saltado. Tinha odor pior que de um abutre. -Coma ela... Anda! E o infeliz deitou em cima da mulher babando como se jamais tivesse possuído uma mulher em vida. Penetrou-a com tanta volúpia que em menos de três segundos gozou, soltando toda sua porra fedida na vagina da infeliz. E ela vomitava enquanto ele metia a língua gosmenta em sua boca chupando sua saliva.
Contente com seu feito, José desapareceu por entre os túmulos e nunca mais foi visto.
Dizem que, de vez em quando, alguma cova de donzela amanhecia aberta com a defunta descabaçada.
Mas eram boatos...

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