segunda-feira, 21 de abril de 2008

Adroaldo Bauer

Para a criatura:
.
.

Um amigo me contou

Que partiu, depois voltou

E foi por pouco

Que não se viu no Portal do Vale...

Ali pensou na vida

E percebeu estar apaixonado

Pela vontade de não ir...

Nasceu de novo,

De maneira consciente,

Como tanta gente

Que volta ao partir...

São os amigos da Me,

Que a beijam na saída;

Meros mortais,

Que fraquejam em vida;

Amantes de um beijo não dado.

Amores do criador

Querendo a criatura ao lado...

Merecedores da eternidade,

Como Principes das Trevas,

Amantes das Evas,

Que ainda tem muito por viver

E eu quero estar viva para ver!



ass.:Criador

Um comentário:

Adroaldo Bauer disse...

Deste lado do umbral, ainda...
(Porque ainda não foi desta vez que me fui à outra )

Estas cores fortes
as vi à frente,
um infindo horizonte
ao norte
mas voava, não sentia os pés
nem tapetes haviam
eram nuvens de escuro azul,
de azuis-claros, de azuis pastéis,
de cruéis azuis
pedi um beijo à amada,
já bêbado de anestésico
para a travessia do umbral
sem dores, em paz
negou-me, astuta, solerte,
até risonha
repeti que seria assim feliz
sorriu-me ainda mais,
negaceou
disse-me para ficar junto dela
e tudo eram rosas já
E mais e mais amores, quiçá




Adroaldo Bauer Corrêa
No décimo-segundo dia após as lembranças em uma maca, a pressão a 6 x 4, o peito em profunda dor



http://www.overmundo.com.br/banco/deste-lado-do-umbral-ainda