quarta-feira, 16 de abril de 2008

A moça do Velório (Vigília)


Morri.
Não digo que isso tirou o meu sossego. Tampouco lamentei por não mais poder trepar, meu esporte predileto em vida. Alguma compensação teria do outro lado, uma vez que estava pensando, mesmo depois de morto. Quem sabe uma transa sensorial e o escambau...Contanto que eu gozasse, o tipo de foda é o que menos contaria.
Mas estava ali, parado, no canto da sala sem vontade se subir. Ou descer...Enfim.
Era o meu velório. Devia ser norma, eu só poderia sair para meu novo lar depois das homenagens.
Quando a puta da Ritinha entrou confesso que a rigidez de um corpo morto no caixão foi desculpa para o volume do pau que se formou. Eita mulher gostosa! E como sabia chupar, uma profissional.
Antes de sair da sala, após uma reza em silêncio, tocou minhas mãos como a benzer para fazer o sinal da cruz...Olhou para os lados e tocou de leve meu caralho.
Que coisa triste! Tocou meu caralho! E eu não senti nada. Morrer era brochante...
Mario, meu melhor amigo, entrou e num ímpeto, rompeu num convulsivo choro. Vieram amigos, vizinhos e a própria Ritinha. Estavam estarrecidos com o sofrimento do pobre.
Menos cara! Pelo amor de Deus! Tu é viado? Será que me enganaste esse tempo todo?
Que não vão dizer de mim?
Teve até desmaio..Ai tem! Miserável! E todas as vezes que tomamos banho no vestiário depois de uma partida de futebol. No mínimo tocou umas, afinal, bem dotado eu reconheço que sou...Ou era.
Antes de Mario sair da sala me tascou uma beijo na bochecha. Eca! Não dava para resistir, abri meus olhos...
-LUIZ...
_Calma, isso é normal. Disse uma das carolas rezadeiras fechando minhas pálpebras com aquelas mãos enrugadas cheirando a alho. É um reflexo apenas.
Foi quando Aninha entrou na sala. Uma deusa nos seus dezoito aninhos, seios durinhos e bundinha empinada...Sempre fui tarado por ela. Planejava disvirgina-la em breve. Mas não me olhem com essa cara de surpresa, não sou pedófilo, apenas um eterno apaixonado que soube esperar. Eu tinha adoração pela moça desde que tinha quatorze anos.
Ela chegou perto do caixão e, com uma mão acariciou meu braço. Enquanto escorria uma lágrima eu percebi, discretamente, com a outra mão levantou a saia e seus dedinhos tocavam a bucetinha.
Ah! Aí já era demais! Maldita hora que fiz aquela ultrapassagem! Eu podia estar comendo esse corpinho...Não é possível.
Num ímpeto a moça fechou os olhos e enquanto todos os presentes supunham estar chorando, percebi um leve gemido e tremor, ela gozava em silêncio.
_Por Lúcifer! Isso está acima das minhas forças. Meu corpo está sentindo. Céus! Meu pau esta duro, eu sinto.
De repente fui tragado e meu corpo astral penetrou nas vísceras do defunto no caixão.
Me recuso a sair. Quero gozar uma última vez.
_Eita tesão desgraçado! Sentei no caixão e a gritaria foi geral.
Nem preciso dizer quão grotesco foi a situação. Era um corpo acidentado. Olhos vermelhos, rosto arroxeado, faixas e gazes por todo o lado. A menina desmaiou e os presentes, um a um, saíram em disparada. Nem catalepsia seria possível pois o sangue já não habitava minhas veias.
Meia hora depois o delegado e meia dúzia de soldados voltavam à funerária para averiguar o ocorrido.
O corpo no caixão estava nu, com marcas de mordidas pelo peito e o pau, coitado, caído entre gosmas que pareciam saliva. No chão resíduos de esperma e sangue e a saia da moça.
Procuraram-na em vão. Ninguém mais soube dela. Só especulações. Alguns dizem que foi a última refeição do morto. Outros que foi para outra dimensão esperar pelo amante que a disvirginou, eu né,rs
O fato é que a partir daquele dia, todo velório de homem na cidade, a certa altura a luz se apagava e o morto aparecia nu.
Ah, e com um sorriso enorme na cara.

Me Morte
(foto tirada do Blog das Beatas)

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