sexta-feira, 13 de julho de 2007

NOVELA MEXEEGANHA


João da Silva em apuros.



Eu estava muito feliz, tinha passado num concurso público. Ia ser auxiliar administrativo na Prefeitura Municipal. Que orgulho!
João da Silva acreditava em si mesmo, há dois anos desempregado, estudava todos os dias para as provas dos concursos que tanto almejava. Qualquer um servia, queria estabilidade. Desemprego, nunca mais!
No seu primeiro dia foi aquela surpresa, funcionários falantes, felizes, na maior parte do tempo de bate papo.
Que diferença de meu último emprego, a gente nem podia olhar para o lado que vinha um supervisor chamar a atenção.
Deixaram-me em frente a um computador, afinal eu tinha curso de informática. Podia navegar a vontade, era a moça loira que dizia. Mas como? Ninguém ia achar ruim? "Nada. Aqui tudo é permitido. Quando tiver trabalho você faz, mas na maior parte do tempo é assim mesmo, só moleza."
Dois meses se passaram. João da Silva já fazia Requisições, Subempenhos, Planilhas de custos, Orçamentos, etc. Que coisa boa quando descobriram que ele tinha curso de contabilidade, iam poder relaxar, tinham alguém para fazer o serviço duro. No final do mês, Folha de ponto, CIs, Atestados, etc. João trabalhava feito uma mula. O chefe imediato até decidiu tirar férias, agora tinha alguém para substituí-lo.
-Tem certeza? Perguntou o Diretor. Olha lá. Disse o Prefeito.
-Tranqüilo, ele já faz todo meu serviço, vai continuar fazendo.
E lá foi para seu passeio nos Alpes Suíços.
João da Silva se saia bem. Se tinha dúvidas perguntava aos colegas.
Até que o Prefeito o chamou:
-João. Preciso que faça um orçamento.
-Claro excelência. O que vai ser?
-A Empresa NOCAUTE vai entrar em contato contigo. Pegue todos os preços e valores de materiais de construção.
-Que tipo de obra será?
-Você decide isso. Quero que saia uma nota de R$ 30.000,00. Isso por que preciso de R$ 20.000,00, mas o desgraçado do gerente só aceita se tiver 1/3 do valor.
-Não entendi senhor.
-Que merda! Não tem que entender, só fazer. Faça um orçamento e tire uma nota nesse valor em materiais de construção. Depois mande tudo para os trâmites legais e deixe o resto comigo.
-E quando vão entregar o material senhor?
-Isso não é de sua área. Deixe comigo que resolvo.
-Tudo bem senhor. Virou-se em direção à porta.
-João. Espere. Sente-se aí. Ele sentou a sua frente. –Aqui na Prefeitura é um bom lugar para se aposentar. Mas tem uma coisa. Para que sua velhice seja sossegada, dou a você o mesmo conselho que costumo dar a todos os novatos: Aqui você não ouve, não fala e não vê. Entendido?
-Sim senhor.
-Pode ir agora...
É, João da Silva estava mesmo em apuros.

(Continua no próximo capítulo...)

5 comentários:

Anônimo disse...

Vc esá no caminho certo. Espero a continuação.

Anônimo disse...

Errei uma letrinha... faltou o T. mas isto é problema de meu teclado.

Maria Júlia Pontes disse...

to achando ótimo, vou pro próximo cpítulo,
bj
mj

Unknown disse...

A mocrea mudou o estilo? Anarquismo agora? Ou vai entrar para a política? Quero só ver.

Naeno disse...

ARQUITETO

Construir uma noite é fácil demais
Basta juntar todos os pesadelos
E deixar-se embriagar pelos luares
Desembaraçar estrelas aos novelos
Tecendo distantes constelações
Nos nadas azuis do firmamento imóvel
Até que as distâncias unifiquem os tons
Parindo do escuro a negritude móvel.

Mais complicado é inventar o dia
Tem-se que ser operário da luz
Colher claridade do claro que se irradia
E bordar da luz do sol pontos de cruz.

Um beijo
Naeno