domingo, 7 de outubro de 2007

Pausa para protesto

Eu tenho sonhos, grandes sonhos. Quem não tem? Todos ligados à literatura. Quero ser reconhecida ou pelo menos conhecida. Por isso sigo divulgando meu trabalho, meu dom, minhas letras. Não quero morrer com tudo guardado na gaveta ou que minha família receba meus louros depois que eu me for, como acontece nesse país, se porventura meus textos forem enaltecidos algum dia. Eu quero recebê-los agora porra! Mereço! Milhares de escritores morrem frustrados todos os dias querendo o mesmo que eu. O importante é tentar, não desistir nunca.
Quando entrei no Bar do Escritor já tinha esse pensamento formado, essa alma batalhadora de meus ideais de vida.
Recebi um scrap de um tal Giovani Iemini, hoje para mim querido Gigio, me convidando a conhecer sua Comunidade. Fui. A princípio por educação, por curiosidade. Tinha um pensamento sobre Comunidades Literárias do Orkut:”Quem viu uma viu todas”.
Abri um tópico em fonte vermelha e despejei logo de cara uma infinidade de poemas pretensamente góticos, todos medíocres, puras merdas. Fazia isso em toda Comunidade, era meu jeito de ser, contestadora, gostava de chocar e gosto até hoje.
Fui criticada, tomateada, ovacionada...Balancei. De repente pessoas me atacavam, não proferiam palavras doces, não usavam da boa e velha hipocrisia dos outros lugares.
Briguei, discuti, confesso que até chorei, mas me fortalecia a cada bordoada, pois era isso que sempre buscara, opiniões sinceras.
Fui cada vez mais me apaixonando e ficando, ficando...Como se fosse minha casa, mobilhei meu quarto, dei meu toque pessoal, fiz de lá meu lar.
O dono se mostrou um cara justo, franco e profundamente talentoso. Um dia entrei no site dele e não saí mais, puro talento.
O Bar me deu tanta coisa, aprendizado, aprimorei meus escritos, amadureci literariamente, além de grandes amizades. No Bar busquei construir um projeto de vida complexo, onde envolveria muitos e não só eu, aprendi a ser grupo. Me sinto em casa lá. É como uma casa alugada, você tem que zelar muito mais, pois não é sua, mas não é por isso que não é lar, meu cantinho, me acolheu.
Hoje muito do que faço é pensando nesse projeto.
Claro que quero alavancar, quem não quer? Mas meus sonhos hoje não são só meus, abrangem outras pessoas.
Mas ando triste. Não sou perfeita, erro, mas se erro assumo, peço perdão, volto atrás. Sou fiel às amizades, sem ser egoísta, sou minha fã número um, sem ser ególotra, sou humana.
Mas o Bar anda diferente. Esqueceram do significado da palavra amigo. Aquele amigo sincero, que dá risos, que dá alegria, mas que também dá palmadas corretivas se necessário. Em nome de uma amizade se passa a mão na cabeça, se joga a poeira para debaixo do tapete, se reivindica uma postura há muito condenada por todos. Faz-se, em nome dela, uma baita panela.
Esqueceram também dos projetos do Bar. Até hoje foram muitos louros, significativos, entre notas em jornais, TV, sites, blogs, ezine impresso, etc...E todos citando alguns bebuns. Ora uns, ora outros. Muitos foram elevados na mídia.
Atualmente estamos com o projeto dos e books, dos quadrinhos, dos próximos números do ezine impresso e outros mais fervendo na cabeça, como as tantas divulgações em editoras e feiras que aconteceram.
Mas alguns, poucos, por não verem seu nome citado ainda ou, por não ter seu nome citado em todos, fazem um barulho infernal, poucos que ecoam mais que a maioria.
Trocaram a palavra “crítica” pela “melação de comadres”, em “gostei disso”, “amei aquilo”, “isso é bonito”, “isso é maravilhoso”, muitas vezes em produções de valor mínimo, em nome da já tão citada “amizade”. Essa mesma suposta amizade que faz tratar de uma infração do amigo como pais que acobertam seu filho marginal pelo simples fato de serem pais.
Estou triste, mas digo aos que verdadeiramente entendem o que sinto, será por pouco tempo. Eu sou uma pessoa que acredita na amizade sincera e na verdade. Uma Comunidade de mil e setecentas pessoas não pode ser taxada pelos atos de quinze ou menos. Está certo que, são mil e setecentos adormecidos, mas, mesmo a Bela Adormecida dos contos de fada acordou cem anos depois, não foi?
Eu já fui mais barraqueira, hoje por conta de um grande amigo, que faz muitas coisas boas e de talento, mas que faz merdas também, e talvez por isso nos demos tão bem, por sermos reais em nossas limitações, por conta dele, Gigio, aprendi a brigar na literatura. Quando provocada penso cem vezes e enquanto penso, meus inimigos roem os dedos.
E assim vou levando, por que mesmo numa fase crítica, não abandono os amigos e nem minha casa. Amo os dois e quando amo é para sempre.
E o resto que se foda...

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Me

2 comentários:

Márcio Arnaldo Borges disse...

Oi, Me.

Ando meio fugido do Bar, mas é porque sou fraco, mesmo. Não me dou bem com maldades. Descobri, infelizmente aos quarenta e um anos, que pessoas talentosas também podem ser muito más.

Meu mundo não é esse.

Beijo.

MPadilha disse...

Marcio, não se afaste por isso. Pessoas más só podem atingir pessoas más e vc é uma essência boa. Quanto a ver as maldades, o mundo tem tantas piores. Olha, curta os textos, leia os poemas, aproveite os tantos talentos que tem por lá. Os tópicos de maldades e protestos, esses vc nem entra, deixa para os loucos feito eu, que quero morrer contestando o que acho errado, mesmo que me doa. Acho que nesse ponto posso ser considerada MÁ também. Mas é por pura defesa.
Beijos amigo.